Psicodélico: Maconha pode inibir proliferação do vírus da AIDS

sábado, 21 de abril de 2012

Maconha pode inibir proliferação do vírus da AIDS



Um estudo publicado na edição desta semana da revista PLoS ONE mostra que substâncias químicas derivadas da maconha podem inibir um subtipo de HIV detectado nos estágios avançados da aids. De acordo com pesquisadores da Faculdade de Medicina de Monte Sinai, nos Estados Unidos, entender exatamente como isso ocorre vai servir de auxílio para o desenvolvimento de novas substâncias que ajudam no retardamento da progressão da síndrome.

"Nós já sabíamos que os canabioides derivados da Maconha têm efeitos terapêuticos em pacientes, mas não sabíamos que eles também influenciavam na disseminação do vírus", explicou, em comunicado, a principal autora da pesquisa, Cristina Constantino. Em alguns países, como a Holanda, EUA, Israel, entre outros, a droga pode ser usada para fins terapêuticos.

Agora, os cientistas constataram que receptores de canabioides encontrados nas células do sistema imunológico podem também afetar a propagação do HIV. Essas substâncias, chamadas CB1 e CB2, evitam que, no estágio avançado, o vírus já mutante alcance os linfócitos que ainda não haviam sido atingidos.

Para entrar nas células, o HIV precisa que uma determinada molécula forneça um alerta, indicando onde ele deve entrar. O CB1 e o CB2 bloqueiam o processo de sinalização, poupando os linfócitos ainda saudáveis de serem infectados.

Também na PLoS, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard alertou, em outro artigo, que, no combate à Aids, um importante elemento precisa ser considerado: a insegurança alimentar. Usando dados brasileiros, da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006, os cientistas alegam que, estatisticamente, há uma relação entre fome e falta do uso de Preservativos, o que aumenta potencialmente o risco de transmissão.

Segundo os autores, as políticas públicas precisam levar em conta não apenas a educação sexual, como as campanhas sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis, mas também indicadores socioeconômicos.

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