Psicodélico: Estudo experimental com maconha - estudo de Andrew Weil

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Estudo experimental com maconha - estudo de Andrew Weil


O estudo data de 1967 (saindo na Science em 1968), quando Andrew Weil ainda encontrava-se terminando a graduação de medicina em Harvard. Na época temia-se repercussões de todo tipo, após o episódio de Timothy Leary e Richard Alpert, o que dificultou a pesquisa de Weil que, como auxílio, teve o pesquisador, que levou a frente o projeto, dr.Norman Zinberg.

Antes deste estudo haviam apenas 3 estudos onde a cannabis fora administrada a seres humanos. O primeiro de 1933, da Zona do Canal, foi devido ao aumento do uso da cannabis por soldados americanos. O segundo, em 1944, foi o La Guardia, que de acordo com Weil: "causou fortes ataques ao Bureau Federal de Narcóticos e à Associação Médica Americana" e, finalmente, o terceiro foi conduzido pelo Public Health Service Hospital.

Andrew Weil e Norman Zinberg, portanto, aplicando uma metodologia experimental mais recente, um estudo humano cego e cruzado. Todos os participantes da pesquisa participaram por prévia seleção e constituiram dois grupos, um grupo de usuários regulares de cannabis e outros de participantes que nunca haviam usados maconha.

Os resultados de Weil e Zinberg foram os sumariados abaixo (como na revista Science):
obs: importante lembrar a data do estudo e seus contextos sócio-históricos.

1. É exequível e seguro estudar os efeitos da maconha em voluntários humanos que fumem em laboratório.

2. Num setting neutro, as pessoas que nunca experimentaram maconha não têm fortes experiências subjetivas depois de fumar doses altas ou baixas da droga, e os efeitos que relatam não são os mesmos que os descritos por usuários regulares de maconha que tomam a droga no mesmo setting neutro.

3. Pessoas que nunca experimentaram maconha demontram desempenho prejudicado para testes intelectuais e psicomotores simples depois de fumar maconha; a deficiência em alguns casos é diretamente proporcional à dose.
4. Usuários regulares de maconha ficam num estado alterado de consciência num setting neutro, mas não demonstram a mesma deficiência de desempenho nos testes que os pacientes que nunca fumaram. Em alguns casos, seu desempenho parece mesmo melhorar depois de fumar maconha.

5. A maconha aumenta moderadamente a pulsação.

6. Não se segue nenhuma alteração na taxa respiratória depois da administração de maconha por inalação

7. Não ocorre nenhuma alteração no tamanho da pupíla numa exposição de curta duração à maconha.

8. A administração de maconha causa dilatação dos vasos sanguíneos conjuntivais.

9. O tratamento com maconha não produz alteração nos níveis de açucar no sangue.

10. Num setting neutro, os efeitos fisiológicos e psicológicos de uma só dose inalada de maconha parece atingir a intensidade máxima depois de meia hora de inalação, diminui depois de uma hora, e dissipa-se completamente em três horas.

A.T.Weil, N.E. Zinberg, J.M. Nelsen, "Clinical and Psychological Effects of Marihuana in Man", Science 162 (13 de dezembro de 1968, p.1-234).

Outras conclusões de Weil são muito ricas no livro e impressionantes. Depois eu posto mais coisas deste autor fascinante, criador da medicina integral.

Livro fonte: Drogas e Estados Superiores de Consciência

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